quinta-feira, 1 de agosto de 2019

Deve o aluno visitar outras academias?

Você que treina arte marcial, já deve em algum momento ter desejado visitar uma outra academia, seja da mesma modalidade que você pratica, ou de uma modalidade diferente. Você que é professor, já deve ter tido aluno que quis visitar outra academia. Esse tema é sempre bem polêmico, e cada escola, professor, mestre, tem sua visão à respeito.

Você já deve ter visto alguma cena de filmes antigos, onde o ato de “visitar” uma academia é tido como uma espécie de desafio. O visitante ia até outras academias para desafiar os alunos ou o mestre, tentando provar a superioridade do seu estilo, escola ou do seu professor. 



Hoje em dia, na sociedade ocidental, esse tipo de prática já é bem rara.

Quando alguém que já pratica uma arte marcial, deseja visitar outra academia, normalmente é com o intuito de conhecer um pouco mais sobre a outra modalidade, sobre a outra metodologia, e se lhe agradará mais do que o local onde treina atualmente. Ou seja, é como se estivesse escolhendo um “produto”, e como “consumidor”, este deseja provar antes de “comprar”.

Diante disso, as escolas ou mestres reagem de diferentes formas. Vamos analisar algumas delas:

1) Escolas/Mestres que proíbem seus alunos de visitar outras academias, sob pena de expulsão;

2) Escolas/Mestres que não ligam se o aluno visita ou não outras academias;

3) Escolas/Mestres que não proíbem, aconselham e/ou até mesmo incentivam seus alunos a visitar outras academias;


Analisaremos esses cenários:

1) Escolas/Mestres que proíbem seus alunos de visitar outras academias, sob pena de expulsão:

Normalmente esse tipo de prática acontece pelos seguintes motivos:

- A escola se julga muito superior as demais, e não quer seus alunos “se misturando”;

- Há insegurança por parte da escola ou professor;

- Preocupação que o aluno após uma visita, possa vir a questionar técnicas ou metodologia;

Normalmente esse tipo de atitude revela o “medo” em perder um aluno. O aluno deve tentar compreender o que está por traz desse medo. Pode ser preocupação em manter o seu aluno onde ela julgue melhor, ou as vezes somente medo de perder um cliente. Algumas perguntas que ele deve fazer a si mesmo:

- Porque a escola me proíbe de visitar outras academias? Quais os argumentos?

- Os argumentos são coerentes?


2) Escolas/Mestres que não ligam se o aluno visita ou não outras academias:

Quando uma escola ou mestre não tem política definida sobre visita de seus alunos a outras escola, normalmente acaba revelando:

- Despreocupação com o aluno;

- “Tanto faz” se ele continua treinando com a escola ou não;

Essa atitude normalmente revela uma escola ou mestre que se enxerga de forma autossuficiente;

Algumas perguntas que o aluno desse tipo de escola deve fazer:

- Porque a escola onde estou não liga se visito ou não outras academias?

- Há real preocupação da escola com os alunos?


3) Escolas/Mestres que não proíbem, aconselham e/ou até mesmo incentivam seus alunos a visitar outras academias;

Existem escolas que permitem a visita a outras academias ou modalidades, e até mesmo algumas que incentivam os seus alunos a conhecer novas modalidades. Essa atitude normalmente revela:

- Relação de honestidade com o aluno, que escolherá ficar onde está porque escolheu realmente, sem ser pressionado;

- Segurança, pois fazendo isso obviamente os seus professores serão questionados quanto a parte técnica ou de metodologia;


Cada caso tem suas particularidades. Para aqueles que treinam uma arte marcial e desejam visitar uma outra academia ou outra modalidade, fazemos algumas recomendações:

1º - Fale com seu mestre ou instrutor a respeito;

2º - Procure saber se o local onde irá visitar, é receptivo para visitantes vindos de outra academia;

3º - Ao visitar uma academia, siga as regras da mesma; Comunique antes ao professor, que você treina (qual a modalidade), e onde treina. Faça isso de modo respeitoso, mostrando que você está indo para conhecer, sem tom de “desafio”.

4º - Lembre-se que você está indo para APRENDER ou OBSERVAR, não para ensinar. Se quisessem que você ensinasse algo lá, lhe chamariam para dar um seminário.

5º - Durante a visita, procure não falar como funciona na academia onde você treina atualmente. Não fale mal do outro professor, nem da escola. Foque em observar, analisar e aprender.

6º - Evite chamar colegas de treino para visitar outra academia junto com você. Mesmo nas mais liberais, isso costuma ser desrespeitoso com o mestre.

7º - Após visitar, não fique falando sobre como é na outra academia para seus colegas de treino, exceto se o mestre pedir para fazer isso.


Lembre-se sempre: 

"A ética e o respeito prevalecem nas artes marciais".

Escrito por:
Jonathan Castelen
Instrutor de KAPAP
KRAVOT - Escola Brasileira de KAPAP

sexta-feira, 26 de julho de 2019

Afinal, o que é KAPAP?


Afinal, o que é KAPAP?


Quando falam sobre KAPAP, normalmente as pessoas respondem com afirmações prontas, do tipo:

"A arte das forças especiais de Israel";

"Sistema Israelense de Defesa Pessoal";

"Sistema de combate com base em conceitos";

Porém, vamos nos perguntarmos a fundo, o que realmente é o KAPAP? O que caracteriza esse "sistema"? Vamos analisar as origens:


Durante o processo de imigração judaica e com a popularidade do movimento sionista foi permitido a criação de uma unidade de polícia local denominada Notrim (guardas), para defender isoladas colônias agrícolas contra saqueadores, para ajudar nos motins e para intervir nos problemas raciais que estavam em crescimento constante na zona urbana.
Mesmo sendo bem-sucedido no seu papel de proteger o povo em algumas situações acima citadas, o Notrim não obteve pleno sucesso no tratamento de conflitos civis.
Yitzhak Sadeh, atualmente considerado o pai das Forças Especiais israelenses, oficial da Haganá identificou diversas deficiências no Nortrim e decidiu formar uma unidade do exército chamado de Nodedot (errantes).
Com a Segunda Guerra Mundial, relutantes no início, os britânicos necessitaram novamente dos combatentes judeus e a partir de então formou-se oficialmente a primeira Unidade Israelense de Forças Especiais, denominada Pal’mach.



Os números originais de pessoal para o treinamento Pal’mach sancionadas sob supervisão britânica só foi para de mil combatentes, mas o Haganah extrapolou seus limites e treinou cerca de três mil homens, em preparação para um futuro exército judeu para ser usado depois da guerra.
O treinamento que os comandos Pal’mach receberam foi chamado Kapap (hebraico acrônimo para Krav Panim l’Panim, face-a-face de combate).
O sistema KAPAP foi desenvolvido nos anos mil novecentos e trinta, nos campos Judeus de “Aliyah” (ma-ha-not Olim) como treino de preparação antes de ir para a Palestina. Iniciou como um sistema de luta que teve a contribuição de diversos praticantes.
Como já citado a milícia “Palmach” adotou o KAPAP como parte integrante de seu programa de treinamento para recrutas, este treinamento incluía diversas técnicas incluindo judô, facas, armas brancas, boxe entre outros. Mas o seu principal objetivo era melhorar a capacidade física dos recrutas, elevando a “força de espírito”, desenvolvendo habilidades defensivas e ofensivas, quando necessário.



            Kapap não era um sistema, mas uma mistura de condicionamento físico rigoroso, armas de fogo, treinamentos com explosivos, comunicações de rádio, treinamento de sobrevivência, cursos de línguas estrangeiras (dos inimigos).
Na parte que diz respeito ao treinamento de mãos vazias o Kapap possuía uma combinação de sistemas de combate ocidentais, como boxe (Regras Anel Londres Prize), luta greco-romana e faca padrão britânico e treinamento militar (bastão). 



O termo KAPAP foi colocado em desuso oficialmente pelas forças militares a partir dos anos quarenta, até os anos dois mil, onde o termo se limitava a descrever o uso histórico pelos movimentos judaicos Palmach e Haganah.
No final do ano dois mil, o KAPAP passa por processos de atualização e modernização por mestres israelenses como Avi Nardia, Chaim Peer, Moshe Galisko, dentre outros, que com suas organizações, passam a difundir uma visão mais atual da arte por todo o mundo.

O Kapap é estabelecido como um sistema aberto em constante melhoria, onde cada instrutor/aluno, baseando-se nos conceitos, monta sua própria coletânea de movimentações e técnicas.

O KAPAP moderno evoluiu muito de seu surgimento histórico e promove muitos de seus conceitos de uma forma que homens e mulheres podem se defender contra as ameaças modernas. Alguns dos ensinamentos vêm do exército, da polícia e das unidades de combate ao terrorismo, mas principalmente estão enraizados nas artes marciais tradicionais.



Emprestando pesadamente as disciplinas de artes marciais como Jiu jitsu, Kendo, Boxe Tailandês, Karatê, o KAPAP evoluiu para incorporar qualquer método de defesa pessoal que possa funcionar em situações reais, oferecendo proteção efetiva para todas as idades, formas e tamanhos. Isto é conseguido usando economia corporal baseada em princípios que são fáceis de aprender e dominar.

Na escola KRAVOT, ensinamos e difundimos o KAPAP moderno, de forma profissional, organizada e séria. Convidamos a quem tiver interesse, conhecer uma de nossas unidades e saber um pouco mais sobre essa fantástica arte.



Encontre uma escola de KAPAP em nosso site oficial:
www.kravot.com.br


Referências
http://www.kapapfederation.com/kapap-history.html
http://kapapbrasil.com.br/2018/historia/
http://www.kapapisrael.com/PAGE2.asp
http://www.siacoursesmanchester.com/Kapap-Krav-Maga-Instructor-&-Intensive.html
http://kapapeuropa.blogspot.com/2013/03/ika-quem-somos-nos.html
http://www.ikauk.org/
http://www.kapapisrael.com/PAGE5.asp
https://vikingkapap.co.uk/about-the-viking-kapap-self-defence-group
https://www.israelmartialarts.com/about/steering-committee/david-arama/
http://www.fight-club-mk.de/unsere_verbindung_nach_israel/
https://avinardia.com/our-story

KAPAP e Krav Maga, qual a diferença?

Qual a diferença entre KAPAP e Krav Maga?

Um dos primeiros questionamentos de quem conhece ou ouve falar do KAPAP, é saber qual a diferença em relação ao Krav Maga. Primeiramente, deve-se saber que existem inúmeras escolas com diferentes formas de ensino das duas artes. Nessa comparação, utilizaremos a nossa escola de KAPAP, fundada pelo major israelense Avi Nardia, e as duas principais escolas de Krav Maga do Brasil.

DIFERENÇAS HISTÓRICAS



O KAPAP começou a ser desenvolvido em 1930, e depois é estabelecido juntamente com a formação da primeira unidade Israelense de Forças Especiais, em 14 de maio de 1941 – o Pal’mach (um acrônimo hebraico para Plugot Machatz).
O treinamento que os comandos Pal’mach receberam, se chamava KAPAP – um acrônimo hebraico para Krav Panin El Panin, sendo o KAPAP também ministrado para a milícia Haganah.
Nos tempos atuais, o KAPAP foi resgatado e atualizado por mestres como Avi Nardia – Major do exército israelense, Chaim Peer – Tenente Coronel das Forças Especiais de Israel, e Moshe Galisko, presidente da IKA. A arte do KAPAP passou a se difundir fora de Israel com mais força a partir do ano 2000.


O Krav Maga, possui sua criação através de uma figura central, o seu criador Imi Lichtenfeld, nos anos 1940, que usou suas habilidades de combate defendendo um quarteirão judeu em Bratislava, Hungria, e após isso foi migrado para Israel. Ao final dos anos 80, o Krav Magá passou a ser difundido pelo mundo através de pessoas que treinaram diretamente com Imi.
Desde o falecimento de seu criador, foram fundadas diversas organizações através de diferentes mestres, não havendo uma liderança única mundial reconhecida por todas essas organizações.




DIFERENÇAS TÉCNICAS

Visualmente, durante a execução das técnicas, um leigo pode se confundir e achar que os dois sistemas são iguais, porém com um pouco de atenção, verá a diferença entre eles.

O sistema de ensino no Krav Maga, se baseia em técnicas de contra-ataque ou preventivas, com foco em ataques em pontos sensíveis do corpo. Não há competições, e em raras ocasiões acontecem combates (normalmente para alunos com altas graduações). O foco do Krav Maga se dá no ensino de técnicas para saídas de situações específicas. Algumas técnicas do Krav Maga são: Socos Genitais, Chute Regular, Saídas de Estrangulamentos, Kavaller (torções), e muitas outras, de acordo com a grade curricular da organização.
No KAPAP, o ensino se baseia em conceitos, onde á partir destes conceitos, o aluno desenvolverá a sua própria técnica, sob orientação de seu instrutor. Durante as aulas, os alunos são submetidos a situações de stress psicofísico, e é comum as atividades de combate sob stress, além de uso de elementos como água, escuridão e bombas de efeito. Alguns dos conceitos do KAPAP são: Dois Pontos, Posição Relativa, Defesa Corporal, Dois “T’s”, Manter o Contato, Ocupar a Linha Média, Confusão Muscular, Tomada do Centro de Gravidade, dentre outros.

Além da defesa pessoal, no KAPAP se trabalha técnicas de tiro (ICPS - Tiro Israelense), técnicas aquáticas (jornada anfíbia), montanhismo, e demais instruções que vão além do treinamento em tatame.

Dicas para escolher:

Recomendamos SEMPRE que o interessado em praticar alguma arte marcial, realize uma pesquisa sobre a modalidade, escola, sobre o instrutor, seu mestre, e faça uma visita para assistir um treino ou aula experimental.

Não se deixe enganar pela conversa do professor, confie no que você vê e sente, pois existem muitos profissionais "bons de lábia". Seja crítico, questione, sempre de modo respeitoso.

Procure ver como os alunos mais antigos se movimentam em treino ou combate.

Veja se há preocupação com a aproximação da realidade nos movimentos e técnicas. Você NÃO vai aprender a se defender apenas socando e chutando "no vento" durante meses ou anos. 

Escolha um ambiente em que se sinta bem, com boas pessoas, afinal, você deverá passar bastante tempo treinando, e esse tempo deve ser agradável.


A escola KRAVOT:

Na escola KRAVOT, oferecemos treinos de KAPAP, mantendo as raízes do sistema, através do ensino por conceitos, e com adequações para a realidade onde estamos. A escola se encarrega de organizar, padronizar e manter um alto nível de qualidade. Venha conhecer uma de nossas unidades!

Cuidado, não se deixe enganar por falsos professores e instrutores. 
Treine KAPAP, com quem treinou KAPAP.

Escrito por:
Jonathan Castelen
Instrutor de KAPAP
www.kravot.com.br